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Filosofia, Religião, Ciência, Entretenimento... nossos autores estão particularmente envolvidos nessas diferentes áreas: Rômulo (Filosofia), Ciço (História), Júnior (Poesia Popular e Matemática), Igor (Engenharia). Aqui procuramos sempre a interdisciplinaridade, até porque os posts dos nossos membros nem sempre falam de suas áreas. Portanto, sinta-se a vontade para puxar um tamburete e começar a conversa no alpendre! Abraços...

domingo, 21 de novembro de 2010

Tensão a Música e Bebidas

Tive a oportunidade recentemente de ir a uma festa, uma confraternização onde todos se divertiam, bebiam, dançavam, falavam de suas rotinas, suas queixas. Um ambiente saudável sem dúvidas. Todos pareciam estar muito bem com a própria vida e com os demais, naquele momento os problemas pareciam não existir e a harmonia daquela micro representatividade era divinamente bem quista, todos se adoravam ,se queriam.

Por um momento passei a me perguntar: será mesmo? Nenhuma pessoa neste ambiente sente uma angústia sequer? Passei a me concentrar em um único diálogo por vez, nas roupas, penteados, gestos e olhares, no tratamento que alguns tinham com seu vizinho e com o garçom, no pessoal da recepção e no barman. Todos vestiam máscaras e era vitrine, representávamos àquele momento um papel e tínhamos a obrigação de sermos bem apresentados e de não fugirmos em nenhum momento do aceitável, do permitido e apreciável, pessoas que por um acaso fujam deste “padrão” ganham visibilidade de reprovação, são descartadas, postas ao canto, não são dignas de serem olhadas nem de terem voz, são os empoeirados.

Repentinamente tudo aquilo se transformou em uma grande tensão, todos à mesa, salão ou os que circulavam se torturavam para que sua pessoa desse certo. A tensão se dava em que tipo de bebida se consumia a forma de se dançar e falar. Em uma paquera ambos os lados teriam de se esforçar na tentativa de passar uma imagem de quanto seria bom ao outro tê-lo ao lado. Essa inquietude de nosso tempo foi naturalizada ao ponto de exercermos e reforça-las todos os dias sem que nos déssemos conta disto, aparentemente não nos fazem mal algum sermos assim, caçadores e predadores de nós e de tudo que nos rodeia, de sermos patologicamente desiquilibrados ao ponto de abrirmos mão do bem-estar.

O delírio se estende (está presente) em todas as relações sociais, a “vila comunitária” inteira é uma grande tensão. Uma casa luxuosa é tensa, pois recai sobre o desejo de tê-la, desta forma, por parte do proprietário e é ao mesmo tempo violenta para os que entram nela, os que não a têm, já nesses também é estimulado o desejo e a relação proprietário-visitante é verticalizada, ou seja, é dada de cima para baixo e em tal ordem. O carro do ano é tenso, é para os vizinhos; o salário recheado é muito tenso quando a ele é submetido certa quantidade de empregados e realiza compras rotineiramente; a Escola reserva sua “tensidade” quando os grupos têm de se afirmar: o dos professores, dos descolados, das lindas, dos inteligentes. Vivemos o auge da tensão científica que tenta explicar algo como a dança, onde sua essência não reside em sua explicação, mas no ato de dançar simplesmente.

O mundo da moda há anos investe pesadamente em seu caráter tenso por meio de gerar insatisfações com o estilo, tempo e corpo. Seus ciclos devem ser rigorosamente cumpridos a fim de garantir metas (de fim de ano, temporada, época, estação); e a indústria da justiça está a todo vapor, vence o que melhor jogar. Passamos a nos vender o tempo inteiro, por isso nos castigamos para nos tornamos um bom produto: um bom aluno, bom mestre, bom doutor, ter um corpo esbelto, ser melhor analista, o melhor companheiro, o melhor comentarista, o mais responsável e apto.


A tensão faz parte de nossas vidas e livrar esse mal às futuras gerações se tornou uma das tarefas da atualidade, para isso teremos que questionar muitas coisas: quem somos? O que estamos fazendo de nós e dos semelhantes? Para onde, afinal, estamos caminhando? São velhas perguntas que nunca devem parar de serem formuladas.

Rômulo Filgueira

Eleições Passam e a Luta Deve Continuar


Finalmente as eleições acabaram e as muitas lutas que travamos no Alpendre e no dia a dia se deram a nosso favor. Como muitos afirmam “nada nos garante que Dilma dará continuidade ao projeto Lula, afinal nós nem a conhecemos!”; porém, acredito que se tivermos chance de que isto ocorra é em seu governo, e conhecemos, muito bem por sinal, José Serra -um homem de centro e sem inspiração- a “alma privatizadora do Brasil” como afirmou seu co/partidário FHC.

Não falarei em eleições por um bom tempo, mas como é a despedida do tema e aproveitando o embalo quente, gostaria de deixar minha recusa a respeito de uma verdadeira caçada que ocorreu a procura da ficha de nossa presidenta na época de sua luta à ditadura. O “supremo” tribunal militar (STM) liberou em fim tal documento (que foi quase uma exigência da Folha de São Paulo nos períodos de campanha).

O site O Globo postou o dossiê depois da meia noite (por que tão tarde?), mas o que me impressionou de fato não foi à matéria em si. Não foi surpresa alguma que a Folha e a própria Globo fossem atrás de registros como este. Mas, chamou minha atenção os comentários sobre a matéria, a agressividade de alguns, e a distorção que se forma a respeito do que foi a resistência ao governo militar, lutou-se por liberdade, por direitos políticos; direitos civis foram caçados por atos institucionais; meu próprio pai, por exemplo, votou pela primeira vez para PRESIDENTE por volta dos 30 anos de idade. E houve comentários que afirmavam não ter ocorrido qualquer mudança no cenário nacional desde os militares, de colocar no mesmo patamar de tortura e perseguição militares e “resistentes”, os taxam de terroristas ainda hoje, comentários estes, no mínimo, irresponsáveis.

Estamos de olhos bem abertos em relação ao novo governo que dará início, devemos por nossa sensibilidade e criticidade a favor da cidadania; depois de todo bombardeio de podridões que houve nas eleições 2010, talvez seja hora de começarmos a exigir processos limpos e que os danos causados pelas mentiras que saem das bocas de alguns possam ser devidamente corrigidos com punições.

Rômulo Filgueira.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fim das eleiçoes!!!


Pessoal, acabou!!

Agora temos um novo presidente, que na verdade é PRESIDENTA!

vamos continuar aqui nossas críticas ao governo e também, logicamente, a oposição (do governo)...

VAmos voltar aos velhos posts de coisas que legais! :D kkkkk



AbÇ a todos! Cícero Filgueira