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Filosofia, Religião, Ciência, Entretenimento... nossos autores estão particularmente envolvidos nessas diferentes áreas: Rômulo (Filosofia), Ciço (História), Júnior (Poesia Popular e Matemática), Igor (Engenharia). Aqui procuramos sempre a interdisciplinaridade, até porque os posts dos nossos membros nem sempre falam de suas áreas. Portanto, sinta-se a vontade para puxar um tamburete e começar a conversa no alpendre! Abraços...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ENQUETE: dê sua opinião


Meses atrás houve uma polêmica em relação a uma comunidade do Orkut que proferia comentários preconceituosos aos nordestinos, depreciando sua imagem de forma generalizada.

O preconceito existe para segregar, ou seja, separar e tachar grupos destacando alguma característica comum a seus integrantes. Fere direitos, a liberdade e a integridade física ou mental de quem é atingido por esse mal. Faz uso de ideologias e meias verdades para convencer e tornar aceito seu discurso desumano, não é raro encontra-los difundidos na política, mídia, ciências e escolas acadêmicas como o determinismo alemão de Hatzel.

Pois bem, pessoas do alpendre e convidados o que tem a dizer a respeito? Por que esse tipo de coisa acontece? Somos realmente inferiores como propõe os neonazistas? O Brasil se resume a sul e sudeste? Gostaria que os comentários aqui colocados não fossem da mesma linha que os deles, não vamos generalizar; lá existem pessoas que nos querem como integrantes de um todo, Brasil, multicultural. A igualdade se pauta no respeito à diferença.

Rômulo N. Filgueira

domingo, 22 de agosto de 2010

Falando do “Cálice”

Eu já havia postado uma poesia anteriormente, mas hoje vou postar a primeira poesia sertaneja. De um poeta lá de minha terra, Tabira-PE, chamado Dedé Monteiro. Lá vai:

Falando do “Cálice”
(interpretando Chico Buarque e Gil)

Este poema de Gilberto e Chico,
Feito no tempo do “CALE ESSA BOCA”,
Foi um protesto corajoso e rio
Contra o regime da vergonha pouca

Ninguém dizia nada que pensava
E nem cantava tudo o que sentia...
A voz da farda nossa voz calava
E o nosso grito, sem nascer, morria.

A Ditadura, que ditava tudo,
Ditava dos versos da canção do povo...
E ai da cabeça do civil miúdo
Que aparecesse de poema novo...

Naquele tempo negro e negativo,
Eis, em resumo, o que amargava mais:
Beber o “CÁLICE” (substantivo)
E ouvir o verbo: “CALE-SE”, rapaz!...

Aquele monstro que saiu da pena
De quem compôs esta poesia outrora
Retrata a nossa liberdade plena
Que está saindo da lagoa agora!

A porca gorda e a faca cega e injusta,
Que estão, ainda, a se exibir na praça,
São os corruptos que enricaram à custa
Da fome enorme que a pobreza passa!

Que a porca morra, que a faca se quebre
E as vozes presas ganhem liberdade
Pra que, pra sempre, a multidão celebre
A volta eterna da felicidade!

Tabira, Novembro/90

MONTEIRO, Dedé. Mais um baú de retalhos. Ed. Universitária UFPE. Recife, 1995.