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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A CHAVE MESTRA

Muitas vezes paro pra pensar e me questiono: aquilo que tem de ser será? Deveremos então acompanhar atônitos e impotentes os acontecimentos em vida, ou deveremos aceitar as coisas simplesmente pelo fato de acharmos que elas devem seguir uma ordem natural?

Para muitas pessoas, colocar-se contra a "ordem natural" dos acontecimentos resultaria em algo inútil, ou, para os mais religiosos, seria ate uma afronta contra a ideologia de suas crenças. No entanto, acredito que independentemente de religião ou crença, somos sim os grandes responsáveis por nossas ações; somos capazes sim de transformar, conduzir nossos próprios destinos.

Hoje vivemos um momento de supervalorização da ciência e da produção científica, o que não é necessariamente ruim, mas é um tanto confuso, difícil de entender, por exemplo, o porquê de termos ate uma noção de como é o solo em marte e não termos resolvido ainda problemas como fome, miséria, exploração humana. Não quero ser utópico, sei que ha interesse por trás disso tudo, mas nem por isso devemos nos esvair, deixar alienar, achando que tudo é natural, que sempre houve isso.

Já houve um tempo em que a religião explicava tudo desde a criação do mundo ate a exploração do homem pelo homem. E enquanto uns se fartavam, sorriam, comiam, outros padeciam, choravam, morriam de fome. O mais triste é perceber que os mesmos problemas do passado continuam vivos atuando no cenário do presente.

E nessa hora de dor, ressentimento e culpa que entra uma importante válvula de escape, a Filosofia. Sim, válvula de escape, pois em meio a angustias da vida, as pressões do dia-a-dia, aos medos e anseios a que somos submetidos todos os dias, ela surge como uma luz no fim do túnel, renovando as esperanças de termos um mundo mais humano, solidário. Ela pode ate não oferecer as respostas, mas desperta em nos algo essencial: a reflexão, que por sua vez induz a transformação social. E mais, nos ajuda a entender essa dicotomia que é a vida, ou seja, o certo e o errado, o justo e o injusto, o emotivo e o sensato por ai vão. Por tudo isso a Filosofia acaba se tornando uma chave mestra, indispensável à vida, indissociável desta. Impedindo que nos tornemos pessoas indiferentes, pacatas, em meio aos acontecimentos que atordoam o nosso mundo.

Paulo Donizete Júnior

8 comentários:

  1. Olá meu caro Donizete, é muito bom ter você por aqui. Começou mandando bem, por tanto, não pare.
    Essa velha discussão com o tema natural e cultural já rederam bons combates lá em Tabira no bar de Keke com Ligeirinho servindo aquela tripa... huahauhaua... Saímos do sério por isso eu, Jr. (o último naturalista darwiniano), Geo, Ciço (desta vez jogou do meu lado) e Diogo (o construtor de pontes).

    Sua fala: “É nessa hora de dor, ressentimento, culpa, que entra uma importante válvula de escape, a Filosofia. Sim, válvula de escape, pois em meio a angustias da vida, as pressões do dia-a-dia, aos medos e anseios a que somos submetidos todos os dias, ela surge como uma luz no fim do túnel, renovando as esperanças de termos um mundo mais humano, solidário.”.

    Discordo. Quem gerou toda essa dor e angústia da qual se refere? Quem é o “pai da angústia científica”? René Descartes, filósofo! E do cristianismo? Filósofos. Então essa Filosofia a qual se refere sempre causou espanto, mudanças, descontentamentos e medo. De certa forma; porém, o mundo ocidental foi escrito também por filósofos e as principais causas de morte e felicidade, erros e acertos, paz e guerras, em fim, são frutos de sistemas filosóficos, ela não é isenta dos bons frutos e desgostos que surgiram ao longo dos séculos. Numa época suas ideias são extremamente propícias ao cotidiano e numa outra é capaz de gerar grandes conflitos e animosidades.

    Concordo contigo quando fala que PODEREMOS através dela melhor o convívio com nossos vizinhos, e agora também com o planeta. Mas espero que concorde que a Filosofia pode ser perigosa, depende do manuseio.

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  2. Olá, Paulo! Seu texto aborda temas bastante pertinentes: religião, ciência, filosofia. Essa última consiste em uma importante arma para a desconstrução de preconceitos sociais, de visões mecanicistas, uma vez que, como você mencionou, ela proporciona reflexões e questionamentos que podem nos libertar de muitas cavernas que nos deixam ver apenas sombras, em vez da verdadeira essência dos fatos. Como fonte dos mais variados tipos de conhecimento, a filosofia possui um papel muito importante como conciliadora e moderadora das mais variadas esferas que compõem a nossa sociedade, proporcionando uma boa base para construção de projetos sociais que coloquem cada vez mais em evidência a importância do “conviver”. Sem mais... Paula Fernanda Vasconcelos.

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  3. É verdade...
    Aquele velho e querido mito da caverna de Platão, ao mesmo tempo tão atual na personagem de Neo em Matriz. Sócrates parece ter feito muito bem seu trabalho, só que a figura do filósofo-herói que construiu não viu que quando se sai da caverna nos deparamos com novas sombras, o pouco conhecido Benjamin que o diga, afirmava que tudo era linguagem sendo assim toda realidade fora da caverna seria fruto de nossa sensibilidade cultural. Ou seja, não nos aproximamos do real? Inventamos “isso”? Existe a “verdadeira essência dos fatos” até chegarmos a uma mais verdadeira? Me parece que a Filosofia deixou um pouco de lado a procura insaciável da verdade verdadeiramente verdadeira. Krai!...sou muito chato...hauahuahua...

    A Srta. Paula aparenta concordar comigo quando falou em fuga ao mecanicismo, de quem mesmo? Newton apenas? De forma alguma, de Descartes (filósofo). É ela nossa mãe filosofia a criadora do mais profundo conhecimento e formas variadas de pensamento? Depende: quando a merda tá feita até que cai legal, tipo quando esse modelo de ciência se viu desamparada por seu conhecimento poder nos levar a extinção por supervalorização da racionalidade, cai chorando atrás de quem já tocou no assunto, como o badalado Nietzsche que quase ficou no esquecimento. Ufa! se naum fosse Foucault. Nietzsche não viveu a tempo de ver suas obras serem discutidas, sempre deu porrada na forma como se produzia ciência, e foi marginalizado em sua época por ir de encontro justamente aos grandes acontecimentos. Muitos afirmam que a baixa que houve em relação à filosofia do sec. XIX foi culpa dos próprios filósofos da época por afirmarem ser a ciência a solução, pomposa e majestosa.

    Gosto de ver o circo pegando fogo Paula....manda ver ai minha filha...hauhauhauah dei uma fugidinha ao tema para acirrar os ânimos. Até agora o matemático-poeta e o historiador permanecem caladinhos.

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  4. Sem querer puxar a conversa para uma discussão, mas acho que (incrivelmente) Romin não entendeu direito o termo “ordem natural” citado no texto, visto que, falou das conversas lá do bar de Keke. Deu água na boca aqui, lembrei do figuim acebolado...
    O termo “ordem natural” foi empregado mais como sinônimo de “destino”, não apresentando assim nenhuma ligação com as nossas “teimas” (Natural x Cultural) já citadas, acho que Romin ficou com trauma kkkkk... quando ver a palavra natural já lembra de mim e de Darwin rsrsrsrrsr... Aliás em todo o texto não vi nenhum motivo pra você dizer que ele tem como tema o “natural x cultural”. Eu acho que você ta vendo ponta em cabeça de jumento...

    Calma Rominho, calma
    Respire, isso é normal
    Esqueça um pouco da teima
    Acho qu’ela te fez mal

    Não seja anti-natural
    Não fique comendo corda
    Pois nem todo texto aborda
    Esse tema em especial...

    No que diz respeito à crença em destino, existem vertentes religiosas que a defende e outras que não, assim como existe toda uma gama de outras crenças defendidas e refutadas pelas diversas religiões, ou seja tem “sabores” para todos os gostos, é só escolher o sabor que agrada e sair colocando gosto ruim nos dos outros. Quando vejo alguém (tirando a Xuxa claro rsrsrrs..) dizendo “aquilo que tem que ser será”, fico aqui imaginando: Qual será linha de raciocínio, seja ela pautada na razão ou não, é seguida pra chegar em tal conclusão?

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  5. pois e junior realmente o termo "ordem natural" foi sim empregado mais no sentido de destino,circuntancia,sorte.Nao foi minha intençao discernir puramente a respeito do tema "natural x cultural",nao que ele nao seja interessante,pelo contrario,me interesso muito por essa discussao.Mas para evitar qualquer mal entendido,resolvi deixar claro.Mesmo assim,ao meu ver,o texto pode sim,inda que superficialmente,provocar tal reflexao.

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  6. Muitos textos, que não abordam diretamente esse tema, pode provocar ese tipo reflexão.

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  7. Meu caro poeta!... Claro que não fico “cabreiro” com teus comentários, é sempre muito bom prosear com vc. Kkkk...
    Apesar de axxar que saímos completamente do tema, pois a discussão gira em torno do apreço que é a filosofia, a questão que me FEZ LEMBRAR o dilema sobre cultural x natural... Foi o primeiro parágrafo em sim; e não apenas o termo final. Pois como vc mesmo afirmou aki uma expressão por si só não diz muita coisa, ela esta inserida em um contexto.
    As questões que levantamos em keke foram mais restritas, é verdade, rodeamos a nível genético e sobre a teoria da evolução de Darwin. Aki a coisa se deu de maneira mais ampla: “akilo que tem de ser será?”, “deveremos acompanhar atônitos os acontecimentos?”, “deveremos aceitar as coisas como elas são?” perguntas que aparecem no texto e elas questionam a naturalização do cotidiano.
    Depois disso, ao longo do artigo ele acaba apelando para a ação por meio da Filosofia... ou seja, de forma cultural. Foi isso que me fez lembrar a trama “junin” de beta! e não esse termo sujo nu e cru..hauhauhauah...quem me dera poder responder a vc através de versos...aula que tu ainda me deve.
    Aproveitando o momento, já que saímos do tema, quero lhe cobrar um artigo seu, um q vc me prometeu lá em casa... poste ele ai...prometo se eu n souber nada a respeito ficarei calado, ou se der vou atrás p entender e falar oq axxo....abç. poeta!

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